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17 de outubro de 2010

Ondele na Lagoa dos Arcos


ciclo do Mar
série Entre o Deserto e o Mar
Acrílico s/ tela
50X70
ano de produção  2009



Uma caminhada pelo Deserto do Namibe, para um alienígena, é, literalmente, uma seca:

“Sem consciência do momento o verde flora diluiu-se
em arbustos rasteiros e negros tocos ressequidos
e nasce uma seara de godos
crioclastia na areia cada vez mais solta1

“pintor marinho ou escultor surrealista
sente-se o vento  que nos fustiga o rosto com picos de areia perfurantes. apalpa-se a erosão no desgastar das rochas. ” 1

No tempo da metralha

“vinham coros boatados
as notícias da guerra
e as guerras da notícia

e do deserto a garroa colava
areia nos olhos ressudados.” 2

De súbito, sem que tenha sido anunciada, surge uma paleta com todas as cores, inesperada e esplêndida, como que aspergida de um arco-íris:

a Lagoa dos Arcos do Carvalhão é um Paraíso na Terra.  E a garça Ondele esborda felicidade.



1.  admário costa lindo, in “o bico-de-lacre e o tarrote”, inédito
2.  admário costa lindo, “vinham do mar cacimbos”, in “makamba”, inédito

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